"Estou tão feliz que dá vontade de chorar".Fiquei pensando nisso.
Ponderei, como sempre faço...
Palavras, palavras... Onde as estão quando eu as mais preciso?
Todas elas se transformaram em sentimento.
É a única explicação que aceito.
Por saber que és a verdadeira.
Minhas palavras estão em teu pensamento, em teus sonhos, em tua alma...
Minhas palavras estão nos teus olhos...
Nos teus lábios, no teu sorriso, na curva formosial do teu rosto....
Minhas palavras estão em ti por inteira. São verbos, adjetivos, conjunções, preposições, substantivos...
Representam momentos irrepresentáveis...
Minhas palavras estão no teu intelecto, no teu tato, na tua pele, no teu cheiro...
Quem sabe nos teus arrepios?
Nos pêlos que tanto adoro...
Sei de tudo isso por que recebo tuas palavras em todos os membros do meu corpo...
Recebo-as da forma mais natural possível... Daí o vício estonteante...
Veja só você, finalmente descobrimos o rumo de nossas palavras.
Jamais podemos dizer que elas nos faltam...
Simplesmente porque as deixamos no nosso último beijo que continha vogais e consoantes escrevendo....
... Deixemos para o próximo beijo.
Quero mais palavras para que possamos escrever uma frase, depois um texto, um livro.
Por que não, uma biblioteca infinita...



Será que tranquei as portas? Isso não é pertinente. Não agora que vou dormir. Homens de meia idade como eu precisam de uma boa noite de sono, somos propícios a enfermidades de tudo quanto a grau. Ainda mais para mim, que nunca me cuidei quando o assunto era alimentação balanceada, exercício físico... Celinha vivia dizendo para eu correr 30 minutos por dia. Ah... E como eu gostava daquela mulher. Celinha fazia o tipo da esposa perfeita para época. Imagine só, 1975, período ditatorial, pós-milagre econômico, o país era comandado pelo general Ernesto Geisel, e Celinha no auge de seus 23 anos. Era linda como poucas. Radiante, seus cabelos encaracolados e negros combinavam com sua pele morena que emergia sobre o corpo mais belo de todas as mulheres que eu havia conhecido. As curvas de Celinha me causam arrepios até hoje. Por que Deus fora tão cruel comigo? Era ma castidade não poder experimentá-la, não poder tocá-la carnalmente.



