Coluna do Luan

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A política númerica e rotineira do onze

Fui informado de que hoje é 11 de setembro. Particularmente não gosto do dia 11 independentemente do mês. Acho o 11 um número muito fútil. Por exemplo: 11 é o número de jogadores de futebol em campo. Onze é um mais um que é igual a dois. Isso não é frívolo? Perdoe-me aqueles que nasceram no dia 11 do mês 11. E aqueles que consideram 11 seu número da sorte. E aqueles que jogam o número 11 na loteria. Perdoem-me todos que incluem o 11 na sua vida. O fato é que tenho um motivo para não gostar desse número. Além da sua futilidade numérica, considero-o vago. É verdade que quase tudo em minha opinião é vago. A própria vida é vaga por assim dizer. Mas o 11? O que leva uma pessoa gostar de tal número? O dia mais melancólico está por vir: o dia onze de novembro de dois mil e onze. Aí é pra matar. Até hoje não entendo porque o Bin Laden não escolheu essa data para atacar os Estados Unidos. O onze iria deixar uma marca irreparável.

No entanto, há uma hora do dia em que eu adoro e que eu odeio o número onze. A hora que eu odeio é às 11 horas da manhã. Muitos adoram esse horário por está perto do almoço, mas eu não gosto. A hora que eu adoro é ás 11 horas da noite. E eu descobri o porquê. Às onze horas da noite na verdade são vinte e três horas. Então se pode dizer que a única hora em que eu o adoro é quando ele não é onze. Não é magnífico?

Pois é desse jeito que as pessoas levam sua rotina. Todo dia nós realizamos os mesmos hábitos, os mesmos serviços, dirigimos o mesmo carro, comemos quase sempre no mesmo prato, passamos pela mesma rua, e quando chega o final de semana cometamos a incúria de pensar: O que vamos fazer? Que vidinha medíocre. Há casos piores, que a rotina continua até no final de semana. Especialistas afirmam de que para ter uma vida mais saudável é necessário fazer uma única atividade diferente numa única vez por semana. Ou seja, em um mês serão quatro atividades diferentes! Isso é fantástico! Tem pessoas que passam à vida inteira fazendo as mesmas celeridades e esquecem de viver. Costumo chamar de pessoas que vivem mortas. Confesso que me atraio por contradições.

Esse blog é uma rotina. Mas ele não me impede de realizar outras coisas no decorrer do meu dia. É importante que não estipulemos hora nem data para realizar quaisquer atos que sejam de livre arbítrio. Entenda que sua rotina já é o emprego. E se seu emprego for o meio do qual tu és apaixonado, é uma rotina saudável. Fazer o que se gosta é apenas uma das receitas. Mas tomemos cuidados. É também de vital importância que haja convergência mútua quanto à vida profissional e pessoal. Convergência não é misturá-las e sim conciliá-las. Não sejamos preguiçosos. O Bin Laden saiu da rotina. Fez algo maléfico, entretanto diferente. Matou mais de 3 mil pessoas em uma manhã. É claro que o exemplo dele não serve para ninguém. Mas é que hoje é dia onze. E os números são rotinas disfarçadas de resultados diferentes.

Contudo serei sincero, o principal motivo de eu odiar veementemente o número onze é por ele ser o primeiro a puxar a fila dos números repetidos. 11, 22, 33, 44, 55, 66, 77, 88 etc. 00 não vele porque o próprio número já se considera sem valor. E como a sociedade, ao contrário de antigamente, não consegue viver sem dinheiro, o que representa 00 senão zero? Aliás. Acho que até gosto de zero, apesar de ser vago.

A política do onze está impregnada em nossas vidas e principalmente na minha. Acho que os americanos poderiam esquecer desse dia. Sei que isso parece um absurdo. Mas do que adianta ficar tocando na mesma ferida todos os anos? Por que ao invés disso não reforçam sua segurança partindo de princípios humanos e não partidários? Porque além de estarmos viciados em feijão-com-arroz, pensamos com ignorância. E a ignorância meus caros, é o primeiro passo a nos prender na nossa própria rotina.