Coluna do Luan

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Mude o seu mundo


É engraçado viver num país como o Brasil. Tudo sempre está sobre controle. Ou sempre estão trabalhando no caso. Ou melhor, ainda: A justiça será feita. Essa última acho que nunca se realizou. Alias, não vou ser nacionalista a ponto de dizer que o Brasil tem inúmeros defeitos de governância política. Sempre teve. Mas paises de primeiro mundo também têm problemas gravíssimos. A diferença é que nos paises de primeiro mundo crianças não são arrastadas por seis quilômetros até a morte, índios não são queimados, bandidos não planejam crimes de dentro das prisões, domésticas não apanham na espera de sua condução, e dificilmente, aviões voam com defeitos mecânicos arriscado centenas de passageiros. Mas afinal de contas, aqui é o país do carnaval, somos pentacampeões de futebol, temos mulheres de maiores bundas do mundo. Aqui pode tudo. Roubar é de praxe, quase clichê. Há tantos tipos de roubos e corrupções que não vou perder linhas sintando-os. Nunca vi um país ter tantos partidos políticos. E nenhum faz nada. É de esquerda, de direita, centro esquerda, democrata, tem partido que até apolítico é. Cada um quer resolver da sua maneira. Leis que vigoram sem necessidade, enquanto casos que precisam de leis nem ao menos são pautados. Vale até pagar pensão com dinheiro público. Somos cobrados por dias e noites com uma taxa que se chama “carga tributária”. Pagamos pelo ar que respiramos, e na hora de fazer uma viagem com um dos meios de transporte mais seguros do planeta morremos? Onde está a segurança? Durante dez meses presenciamos o interminável e lamentável “caos aéreo”, onde controladores reivindicavam salários, autoridades puniam seus próprios funcionários, e a sociedade dormia nos bancos de espera do aeroporto. Quando isso tudo vai acabar? Ou ainda, será que isso vai acabar? Estamos na beira de um abismo, prestes a cair sem saber onde. Sei que meu protesto escrito não vai resolver em nada. Sou apenas mais um revoltado com a situação pela qual me encontro. Não quero mais falar sobre isso. Tudo que eu queria era deitar na minha cama com a consciência limpa e feliz de que ao amanhecer não leria nos jornais noticias citando desvio de dinheiro público, bandidos à solta, sentenças suspensas, homicídios de tudo quanto é grau, e nada, nada sendo feito. Todo mundo de braços cruzados, reclamando como estou fazendo agora. Falta é atitude e cobrança. De que adianta a mídia divulgar e difundir manchetes de várias editorias se serão propaladas sem êxito de mudança?

O salário mínimo, é verdade, subiu bastante, mas é muito difícil sobreviver com apenas um dele. Há gente que faz milagre, sobrevivendo com o que é considerado normal pela taxa de cambio. Enquanto isso, os nossos parlamentares aumentam seus salários na porcentagem que bem entenderem. Mesmo assim, taxistas podem ser assassinados em horário de trabalho para sustentar a família, e passageiros de ônibus podem voltar sem o dinheiro da janta para casa. Não esqueça que o gabinete do seu senador gasta mais de 15 mil reais por mês em “despesas”. Qual é o valor do dinheiro para a política? Há algum valor com o qual se preocupem? Somente com o salário próprio. Já passou da hora da mudança, estamos na era da conseqüência. Nosso planeta esta sendo destruído e ninguém está nem aí para isso. Há pessoas tomando banho de 15 minutos, lavando calçadas todo dia, rodando de carro para percorrer distâncias que não chega há um quilômetro. Estou sendo muito radical? Então tire a prova viva. O que você faz para mudar o mundo em que vive? Pense, mas pense bem, não vale ajudar idoso a atravessar a rua, juntar lixo do chão ou reciclar garrafas. Pense em algo maior. De grandeza suficiente que se torne visível a mudança. Pensou? O máximo que chegaremos é ajudar um parente próximo, ou mesmo distante. Talvez um amigo. Contudo, quando caminhamos pelas avenidas e avistamos um mendigo nós o ignoramos. Gastamos mais de cem reais em uma festa. Compramos um carro financeiramente milenar e moramos bem. Quando digo bem, me refiro que temos um colchão e um travesseiro para dormir e uma geladeira que é aberta para se pensar no que se vai comer.

Acho que falta um pouco mais de alerta para nós. Aos jovens, que amadureçam mais rápido, não vão ser sustentados pelos pais a vida toda. Aos amadurecidos, que tomem uma iniciativa que os satisfazem ideologicamente. Ninguém precisa viver no conformismo, ou até mesmo na mentira para si mesmo de que se tem esperança. Se a esperança é a última que morre, a minha já está no seu estágio final. Não me venham dizer que estou sendo pessimista. Ora, seria o pessimismo um sinônimo do realismo? Há 2.500 anos o filosofo e matemático grego Pitágoras já dizia: “Educai as crianças de hoje, para não punir os homens de amanhã.” A Educação que Pitágoras se referia é a de boa índole, respeito a si próprio e ética moral. O que mostra que a situação atual é mais antiga do que imaginavamos. E ainda ratifica sem sansão das circunstâncias, o “frouxismo” do povo desde a idade antiga até a moderna. Agora se nada disso fizer sentido para você, ao menos plante uma árvore.