Coluna do Luan

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Carta do primeiro amor


Você sempre disse que me amava, falava de paixão como se fosse experiente no assunto. Cansei de ouvir suas juras de amor, dizendo que não vivia sem min. Suas ligações alternavam com os minutos no decorrer do dia, eram tantas, que, eu nunca conseguia contar precisamente. Você tinha alguns defeitos, como todo mundo, não era perfeita. Mas nessa época, eu achava que você chagava muito perto da perfeição. Era a época do amor. Era verão.

Na verdade não posso culpá-la pelo nosso término. Se acabou é porque tinha que ser assim. Eu também enchia seus ouvidos de lamúrias e juras de amor eterno. O que mais imprecionou-me nesse relacionamento é que eu realmente amava você. Fiz loucuras por você. Muitas loucuras. Era um amor tão intenso que eu nunca pensei que fossemos terminar, nunca passou pela minha cabeça que um dia estaríamos separados. Mas aconteceu.

Nunca vou esquecer desse verão, foi uma estação na qual eu pude realmente perceber que posso ser feliz de verdade. Era tão bom acordar de manhã com as suas ligações, suas chamadas não atendidas no meu celular, aquele jeitinho de ser que só você tinha. Seu corpo também era exuberante para min, para o meu gosto você era perfeita fisicamente. O que mais me cativava era maneira de como você se expressava corporalmente, aquelas suas caretas me conquistavam a cada dia.

Tivemos algumas aventuras que se tornaram inesquecíveis pela maneira de como havíamos feito. Pelo momento, pelo lugar, pelas lembranças. Caminhávamos juntos na beira da praia, cantávamos nossas músicas preferidas, éramos verdadeiramente felizes.

Até que o tempo fez com que algumas coisas mudassem, passamos por situações extremamente complicadas, pude conhecer meu lado sensível e compreensível, também conheci minha decepção, minha dor amorosa, minha primeira dor de amor.

Hoje, passado quase um ano depois do nosso rompimento, vi que não foi em vão tudo que passamos. Nosso namoro serviu-me de aprendizado de vida. Depois que terminamos tornei-me outra pessoa, mais organizado, estudioso, interessado pelas coisas que realmente me fazem bem. Atingi algumas de minhas metas, mas, no entanto, não sou feliz, como era com você.

Recorri aos amigos, aos meus irmãos, aos meus pais, as minhas atividades, mas nada, nada fazia você sair da minha cabeça, do meu pensamento nebuloso por tudo que vivi. Não disse que não estou feliz, mas felicidade naquela intensidade que eu sentia quando estava ao seu lado, enfrentando barreiras pelo nosso amor, essa, eu não sinto mais.

De certa forma isso me ajudou, ser feliz é uma maneira de rebater a nostalgia de situações passadas. Aprendi a me erguer dos tombos que levei quando estava com você, aprendi a respirar mais fundo e ver que o mundo não é só o local pelo qual nos cerca.

Para concluir, nosso fim ocasionou-me vivências boas e ruins. Nada é 100%. Sinto que aprendi a cuidar mais de min mesmo, aprendi a me valorizar. Enxerguei o meu verdadeiro eu bem mais claro do que antigamente.

Peço-lhe desculpas por tudo que lhe disse de mal-gosto quando estávamos juntos, por tudo aquilo que fazíamos brigar. Mas se brigávamos, era porque nos amávamos. Agora não vamos arranjar justificativas manjadas para dizer o porquê que acabou. Nada vai suprimir tudo que passei por você, as noites mal dormidas, os dias melancólicos e as dores intensas que dia pós dia torturaram com veemência o meu coração.

Eu amadureci, espero que você amadureça tanto quanto eu, porque uma coisa sempre estive certo; quando dizia: “eu vou amar você para sempre”.