Coluna do Luan

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O contraste do envelhecimento

Anteontem foi meu aniversário. Como todos, ou quase todos sabem, completei duas décadas. É... Duas décadas. Mas não estou nem aí para a minha idade. E o mais engraçado é que no dia de meu aniversário eu não senti nada de especial. Antigamente sim, eu contava as semanas para chegada de meus ‘anos de vida’. Entretanto, nesse domingo que passou não foi desta forma. Eu acordei e nem lembrei que estava completando vinte anos. Até que meus pais me ligaram de praia parabenizando-me, foi aí que me acordei: Caramba! Hoje é meu aniversário! Acho que na medida em que envelhecemos perdemos o gosto pela comemoração de mais um ano de vida nesse planeta cada vez mais doente. Acho que na medida em que crescemos talvez também evoluamos. Outros não, é verdade. Todavia, isso se baseia em princípios.

Por exemplo, não há aniversário em que você não lembre da sua infância. Você mentaliza os anos que deixou para trás, começa a refletir sobre sua vida, sobre suas atitudes, sobre como você é na essência da alma. Acho que estou entrando na era dos aniversários nostálgicos. Bom, já se passaram vinte anos, penso. E na teoria, terei mais vinte anos, e depois mais vinte, e mais vinte e quem sabe mais vinte. Claro, isso se a linha da palma de minha mão permitir, ou meu mapa astral, ou os Deuses. Vai saber.

Outro dia eu estava no centro de Porto Alegre passeando para renovar meu espírito quando uma cigana de turba e dentes de ouro falso me agarrou pelo braço e insistiu ver as linhas da palma de minha mão esquerda. Lutei irrevogavelmente contra a força surpreendente da tal cigana, mas ela sabia o que estava fazendo. Essa cigana apertou o músculo de meu braço fazendo com que minha mão, involuntariamente, se abrisse. Ambos paramos. Ela ficou defronte para mim e então disse: você terá muita sorte no amor, e viverá muito, até ficar velhinho... Bem velhinho. Não vou mentir dizendo que não acreditei na tal cigana, seus olhos brilharam, e posteriormente ela sorriu pra mim. Foi então que ela largou meu braço, e eu, voltando a caminhar dei a resposta típica de minha personalidade: é... Eu sei, faço bastante exercício físico. Ela continuou rindo e balançou a cabeça com um sinal de simpatia. Depois desse dia passei a ver a minha vida com outros olhos. Será que essa cigana falou-me a verdade? Não posso descartar a hipótese de que ela tenha mentido. Mas a troco de quê? São muitas as dúvidas. Creio que quem faz o nosso destino somos nós mesmos. E se hoje ela ver minha mão de novo, vou continuar tendo sorte no amor e uma vinda longa? Não sei, e talvez não queira descobrir.

Quero apenas viver minha vida de forma segura e insegura, com amor e ódio, com problemas e soluções, com relacionamentos e casos, com sexo e paixão, com flores e espinhos, com brigas e beijos, com vontade e preguiça, com sol e lua, com praia e campo, com divergências e casualidades, e com aniversários nostálgicos. Senão viver, simplesmente viver seria muito fácil. Se bem que também não é tão difícil. E talvez sejam esses contrastes que deixam nosso cotidiano mais saboroso. Embora tenhamos que ser cuidadosos, pois sabores em demasia amarga o nosso romantismo. Aí seremos como os revolucionários do século XX, que supostamente lutavam por causas nobres e deixavam a vida para depois. Eis que o senso comum deveria ser o nosso ponto de equilíbrio. Sinto que mesmo com vinte anos terei que aprender a aceitar o meu envelhecimento vagaroso, e mesmo assim, letífico.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Um dia depois do outro


Sentados na praia, ela confessa sua saudade:
- Estou feliz em te ver...
- É... Eu também.
- Depois de tanto tempo, né?
- Pois é.
- O que houve?
- Esse é o problema, não houve.
Ela olha para o lado, sente a areia da praia levemente tocar seus olhos, os fecha e deixa escorrer uma lágrima. Ainda um pouco apreensiva, ela exclama com o canto da boca:
- Eu sabia que esse dia chegaria...
Agora é ele quem olha para o lado, sente o vento respaldá-lo, coloca seu braço sobre o ombro dela e fala com a voz calma, porém mortífera:
- Há sempre um dia depois do outro.


De começo ela não havia entendido o que ele quis dizer. Depois dessa frase Afonso levantou-se em partes; primeiro retirou seu braço do ombro dela, depois se ajoelhou, beijou-lhe a testa, e por fim levantou-se. Renata olhava Afonso se afastar dela, em segundos ele já era uma miragem no horizonte daquela praia deserta. Em questões de minutos Renata já não o via mais. Afonso foi embora, e talvez para nunca mais voltar, pensou. Ela também ponderou sobre a frase de Afonso: “Há sempre um dia depois do outro.” – O que será que ele quis dizer com isso? Renata não encontrava resposta para si mesma havia anos, quanto mais para as frases enigmáticas e prosaicas de Afonso. Ela permaneceu mais dez minutos sentada na areia esperando que o vento levasse sua tristeza embora, esperando que o cheiro do mar levasse a si embora. Renata, então, se levantou, caminhou até a beirada, sentiu a água tocar seus pés, e disse a si mesma com uma entonação de pecadora: Que belo fim seria se eu me matasse agora. Por um instante tudo pára, ela apenas se orienta pela audição. Com as pálpebras fechadas, o que ela mais quer é sentir o mundo, sentir a realidade do cotidiano contra sua forma fictícia de amar e viver. “Eu perdi o Afonso”. “O perdi para todo o sempre.”


Era dez e vinte e dois quando Afonso acordara suado e com a respiração ofegante: Cristo! Estou atrasado! Vestiu a primeira bermuda que viu pela frente, colocou sua clássica regata branca de salva-vidas mirim e desceu as escadas se tropeçando até chamar atenção da mãe:
- Que isso, Afonso! Aonde tu vai com essa pressa?
Ele olha firme para a mãe e sem hesitar responde:
- Vou encontrar o amor da minha vida.
Saiu batendo a porta, e já no outro lado da rua ouviu a polêmica frase do pai dos anos modernos:
- Use camisinha!


Afonso não deu bola para o comentário impertinente e gozador de seu pai. Até porque seu pai sabia que hoje Afonso ficou de se encontrar com Renata às 10h30min na orla dos pescadores. Aliás, Garotas de 16 anos detestam esperar, são impacientes, um minuto de atraso e elas já pensam bobagens do tipo que ‘ele não me ama mais’, ou ‘ele não quer me ver’. No entanto, Afonso tinha a certeza incontestável de que naquela manhã ele voltaria a sentir os lábios macios de Renata. Estava louco para vê-la, foi então que lembrou de seu sonho, ou pesadelo. Não faz sentido, nunca deixaria Renata, disse a si mesmo. Caminhou ligeiramente os dois quilômetros que distanciavam sua casa do ponto de encontro com Renata. A enxergou lívida, de pé na beira da praia com os olhos fechados girando em torno de si mesma. Ele grita euforicamente:
- Renata!
Ela parece não ouvi-lo, ele faz uma segunda e inútil tentativa:
- Renata!


Não restava outra hipótese senão ir até onde o corpo de Renata se movia sobre a água salgada. Renata parecia estar em transe, hipnotizada. Afonso apenas cutuca o ombro esquerdo dela, Renata se vira, e ainda de olhos fechados o beija. Foi uma troca de salivas longa e contínua, durou cerca de um minuto. E nisso Afonso tinha razão, ele realmente voltou a sentir os doces lábios de Renata. Mas quase que efêmero, o sabor doce ao qual ele tanto almejava já não era mais o mesmo. Ainda se beijando, Renata retira do bolso de seu short uma carta que guardou durante uns dois anos, apenas esperava o momento certo. E o momento chegou.


No dia anterior Renata relembrou dos velhos amigos, namorados, e inevitavelmente de Afonso. Tiveram um caso na época de pré-adolescentes. Ela também lembrou da carta que escrevera na noite em que Afonso, bêbado, a chamou de vadia, burra e ignorante. Afonso não sabia o que estava fazendo naquela noite, no auge dos seus 16 anos, abusou do álcool e resolveu falar alguns palavrões para a única garota, e futuramente mulher, que o amava de verdade. Renata se sentiu um lixo quando ouviu da boca de Afonso as palavras que ofendem a índole de qualquer mulher que se preze. Isso a magoou profundamente, tão profundamente que sobrou inspiração para escrever uma carta de despedida.


Em meio aquela nostalgia do dia anterior, Renata ligou para Afonso com a finalidade de marcar um encontro, depois de dois anos. Ao telefone Afonso quase chorou ao escutar a voz amadurecida de Renata, no fundo ele ainda a amava, mesmo não sabendo.
Na praia, ao sentir a carta entre as mãos, Afonso pára de beijar Renata. Ela o encara perante alguns segundos e diz:
- Há sempre um dia depois do outro.
Ela vai embora, lentamente caminhando sobre a água salgada. Ele sem entender nada, senta na areia úmida e abre o envelope da carta enquanto Renata torna-se uma miragem desaparecendo no horizonte daquela praia deserta, que agora era ácida, mordaz, fulminante.
Ele lê a carta, olha a data e se surpreende. Nem lembrava mais da noite em que dissera as cruéis palavras a Renata. Mas ela... ah, ela jamais esqueceu:


"Meu amado, Afonso. Sei que ao receber essa carta você me encontrará em uma praia deserta, dando voltas em torno de mim mesma sobre a água do mar. E neste exato momento estarei pensando de como eu poderia justificar todo o meu sofrimento. Suas palavras arderam no meu coração como uma pedra tutelável. Não há razões para fazer o que tem feito comigo. Já me abri para você, me declarei a você, já lhe disse o quanto lhe amo, o quanto é importante para minha vida. Mas depois dessa noite, não tenho mais certeza de meus sentimentos, de meu mundo. Acho que suas palavras fortes, cruéis, vindas de um garoto imaturo, tornaram a abrir meus olhos para a realidade de suas intenções. Hoje eu completei 14 anos, Afonso. E provavelmente, no dia que ler essa carta, será o dia de meu aniversário novamente. Mas você não lembrará, vai seguir seus impulsos primitivos, querendo me beijar e apertar minha bunda como sempre fez. Você só me usa, Afonso. Já passou da hora de você crescer, é uma pena que seja tarde. E no dia em que tiver lendo essa carta, eu estarei lhe usando da mesma forma que fez comigo. Não será vingança, apenas ironia do destino. Só quero que saiba que eu lhe amei de verdade, porém não acredito mais em conto de fadas. Já estou pronta para ser mulher, apenas quero seguir minha vida, agora sem você junto comigo. Também sei que quando ler essa carta você já terá madurecido até certo ponto, não sei se o bastante. Mas será que isso ainda importa? Talvez eu não seja mais a mesma. Um beijo de quem um dia já foi sua. ASS: Renata."


Afonso ficou imóvel durante muito tempo. Viu o pôr do sol sozinho, melancólico. Nunca imaginou que uma bebida pudesse atrapalhar tanto a sua vida. Uma bebida ingerida há exatamente dois anos. Mas como Renata disse, há sempre um dia após o outro. Na vida, todo e qualquer ato da menor insignificância que seja gera conseqüências. Foi então que Afonso lembrou do sonho, e descobriu que não foi Renata que havia o perdido, mas sim ele que a perdeu. Após oito horas sentado naquela areia úmida e gelada, ele se levanta e num suspiro diz em voz alta:
- Por isso que falam que os sonhos vêm ao inverso. Talvez seja a hora de mudar, é justo.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Meus 20 anos de mundo

Falta uma semana para o meu aniversário. Daqui a sete dias completarei 20 anos. Época de aniversário é sempre nostálgica, você fica pensando nos anos que passaram e no proveito que tiramos desses anos de experiência. Eu, por exemplo, mudei muito desde minha pré-adolescência, se é que posso chamá-la assim. Não me lembro muito bem dos problemas sociais brasileiros na década de 90, eu tinha menos de dez, e depois, um pouco mais de dez anos. Mal lembro da entrada do Real, da mudança de nossa economia e do governo FHC. Lembro de um ou outro título conquistado pelo Inter, lembro da minha infância, mas não estava nem aí para o mundo, para o país, para a sociedade. Eu era apenas mais um ser respirante. E ainda sou. A diferença é que quando somos crianças, e posteriormente adolescentes, esquecemos do mundo ao nosso redor. Somos egoístas, só queremos saber de nós, não aceitamos nenhuma explicação e usamos argumentos sem fundamentos em busca de um objetivo fútil. Quando criança ainda é tolerável e na adolescência pode ser respeitado como uma fase. Sou da tese de que nossa personalidade começa a ser formada, em princípio, na aborrecência. É quando surgem os primeiros interesses. Antigamente, os primeiros interesses eram: se casar, arranjar um bom partido, ter um bom relacionamentos com seus pais, ter filhos, uma doutrina a seguir. Hoje, os primeiros interesses é beijar na boca, perder a virgindade, ir a um baile funk ou a uma rave, experimentar algum tipo de droga, sejam elas lícitas ou ilícitas. Gente esse é nossa sociedade moderna! A sociedade que cria tecnologias de primeira mão e ao mesmo tempo regredi no que diz respeito a sua evolução. E eu aqui....prestes a completar 20 anos. Tento avaliar não só a minha perspectiva de vida, mas a perspectiva do mundo.

Dia desses fui caminhar no centro de minha cidade e fiquei impressionado com o descaso de grande parte da sociedade jovem, da qual eu me encaixo, com o meio ambiente, com a saúde, com a atual situação do país. Ninguém estava preocupado com isso. A principal inquietação é por arranjar um “trampo” e conseguir dinheiro para ir em uma festa, tirar a carteira de motorista, comprar um carro. E eu aqui...andando de bicicleta, reciclando lixo, guardando o oleio de cozinha... Será que minhas atitudes são em vão? Estou prestes a completar 20 anos! São duas décadas! E por vezes me sinto como um homem de 30, por vezes me sinto como um garoto de 16. Talvez eu esteja em uma fase de transição, assim como a nossa sociedade.

Ah, já ia esquecendo, agora a moda é corrupção. Fraude no Detran, obras superfaturadas, despesas pessoais pagas com verbas públicas...e eu aqui, prestes a completar 20 anos. Ninguém é punido, a justiça é cega, a educação, por incrível que pareça, carece de educação, e nossas reformas políticas é uma vergonha internacional. Qualquer país normal e racional tem dois ou três partidos, mas como isso! Nós somos um país tropical, carnavalesco, temos as mulheres de maiores bundas do mundo, aqui é tudo festa. É crime organizado, governos paralelos em favelas, sistema prisional defasado, políticos gastando 15 mil em um gabinete e povo brasileiro dizendo: Tudo bem. Não cobramos, somos broxas. A nossa política é reflexo do que é grande parcela dos brasileiros: Broxas, sem cultura, sem ideologias, sem uma opinião formada. Somos golpeados por falsas promessas a cada dois, quatro anos, mas: Tudo bem.

É...e eu aqui, prestes a completar 20 anos. Sou muito jovem pra viver tudo isso. Prefiro voltar à minha infância, à minha adolescência e achar que o planeta tem o mar azul, que as nuvens são feitas de algodão e por que não: que viemos de um caroço. Quero minha inocência de volta, quero minha filosofia surreal de volta, pois estou para completar 20 anos em mundo que não terá 20 anos pra desfrutar de suas belezas naturais, se continuarmos a praticar nossas hipocrisias rotineiras.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A carta do dia 12

Em março fará dois anos que não nos vemos, que não nos encontramos, que não nos tocamos. Em março, a brisa de algum deserto tocará minha alma pálida pela ausência de nosso amor. São quase irredutíveis as lembranças primárias de nosso relacionamento. Até certo ponto não me importaria de dizer que ainda a amo, mas passado tanto tempo, tantos dias, tantos meses, não sei se o que sinto não se confunde com meus desejos aborrecentes. Durante esse nosso percurso quase que sombrio, nas chamas da solitariedade, colocamos o nosso passado no presente. Agora mesmo lembro-me de você me abraçando tocando meu corpo e entregando-se com uma inocência aflorada ao meu calor carnal. Não sei bem o que dizer. Às vezes queria poder vê-la para saber o que sentir. Será que o aroma indestrutível de seu beijo continua o mesmo? Ponderei durante madrugadas sobre seu estado de espírito. Quando você me ligou dia desses e disse “heloo, Luan, acorda!” com aquela entonação quase perfeita de menininha sedosa, voltei no tempo. Uma nostalgia tomou conta de minha mente. Ao telefone fui frio com você, curto e grosso. Uma firmeza frívola e decadente que eu não queria tê-la usado. Sinto-me totalmente incoerente quando penso em tudo que disse a você em quanto estivemos juntos. Não foram mentiras, em hipótese alguma. Foram apenas conjecturas, como diria Borges. E de lá para cá, em minhas conjecturas, fiquei extremamente impressionado com a mudança que tomou conta de mim. Quiçá Freud explica. Embora a principal razão notória e plausível de minha mutabilidade seja você. Na verdade, nosso término serviu de ponto de partida para um outro eu. Serviu para descobertas de novos mundos dentro de mim. Apaguei de meus remanescentes a idolatria que eu tinha quanto a sua personalidade. Como eu queria que você entendesse que tudo que passei por e com você não foram meros momentos, e sim um marco no contínuo espaço temporal de nossas juras eternas de amor. Vejo sem sombras de dúvidas, que qualquer namorado que você tenha se relacionado, e que você ainda venha a se relacionar, não dirá em modo algum, todas as palavras que eu disse a você sob uma paixão efevercente. Nenhum outro namorado caminhará com você de maneira igualitária os nossos 318 passos na praia, escutando as nossas próprias vozes cantalorarem a magia de nossos corações. Queria que você sentisse o que sinto neste exato momento, a saudade de nossa felicidade diluída pelos nossos erros compreensíveis. Nenhum outro verão terá a intensidade que nós tivemos pelo nosso amor. Você ajudou a me descobrir. E talvez seja por isso que eu tenha aprendido a perdoar. Perdão aos quais nossos erros sempre careceram. Agora eu queria dizer na sua frente tudo que escrevi para você. Assim eu não só veria sua reação, mas também o movimento de seu rosto que desde o primeiro dia que a vi me fisgaram para a eternidade de nossa vertigem amorosa. Eu não queria ter mudado se fosse para estar hoje ao seu lado sendo feliz como um dia eu fui ao dizer o quanto eu a amava. Parabéns pelo nosso dia, e por todos aqueles que passamos juntos.