Coluna do Luan

sábado, 11 de outubro de 2008

O resto...


Aqui onde a capital não dorme e os cachorros latem para o vento, há algo ainda mais fugaz: os transeuntes. Eles ficam perambulando para lá e para cá, e quando avistam uma montanha oriundamente capitalista, fecham os olhos, balbuciam facialmente até perderem o desgosto por aquilo: “a sujeira”.

Pois bem.

Aqui onde todo e qualquer veículo não passa de um motor poluente, altamente qualificado de máquinas, os ares até transmitem pureza de poetas. O oxigênio não é agregado ao hidrogênio. São palavras sem verbos. Não há água. Não há frases.

Aqui na terra de todos e de liberdade zero, os monstros são heróis, e as lâmpadas emitem fogo. Não há elétrons. Mas como não haver átomos? Como não haver amor?

Aqui onde todos dizem amar, na verdade não passam de levianos, estupidamente estúpidos. O amor não emerge assim caro, caríssimo camaleão; deve-se, em primeiro lugar, ser sincero. Quando um ser seja lá de qualquer espécie ama da maneira mais real possível, a alma arrepia-se a cada lembrança. A cada suspiro. A cada batimento. A cada pulsar.

Aqui onde todos dizem sentir saudades, todos sentem ciúmes por não ter um amor como o meu: eterno, simplesmente por existir. Simplesmente por você existir. Saudoso, poeta, amante. O resto, a meu ver, está perdido com os continentes. Com exceção daquela que me ama, e que para todo o aglomerado de boçais, e inteligentemente boçais, o mundo é apenas teorizado.

Sem essa de vitamina D para hipocrisia. Larguem os vícios, larguem as batinas e sejamos felizes. Sem hierarquizações hmogêneas. Sem ridicularidas subjetivas. O que está ao nosso alcance não passa da realidade. Quem disse que a busca pelo surreal não é concreto?
Estou cansado, e preciso dormir ao lado dela