Coluna do Luan

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sessão aberta ou fechada?


Um grupo de parlamentares quer sessão aberta no caso do senador Renan Calheiros. Porém, o regimento interno da casa prevê em sessão fechada. A não ser que os senadores conseguissem mudar o tal regimento. Ainda há tempo, pois é na quarta-feira que chegará ao fim (ao menos em tese) o caso do senador alagoano acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista.

Ora, bolas! O Renan já devia estar em casa folhando a playboy de sua ex-posa!

O caso Renan lembra da minha gengiva. Há alguns meses eu achava que iria perder um dente, devido a dores intensas na região gengival. Aí eu descobri que não podia ser problema dentário uma vez que minha escovação seja saudável e no mínimo três vezes diária. O que de fato ocorreu foi uma pequena inflamação na gengiva, que com tempo cicatrizou. Assim é a política. Vêm as dores, as revelações, aí acabam descobrindo que a procedência é outra. Quando não é mais de uma. Passa certo tempo com direito a férias e polêmicas, até chegar a uma sessão na qual se resolverá tudo. Quanta ilusão.

O caso de Renan é apenas mais um dos tantos que vieram, e infelizmente me leva a crer nos tantos que ocorrem sem conhecimento público. Nós sabemos que estamos sendo roubados, passados para trás, mas não temos provas. Apenas suspeitas. Até que alguém se descuida. Aí a mídia recorre ao presidente: eu não sabia de nada. Aí a mídia recorre ao povo: isso tudo é uma vergonha! O povo tem razão. Isso tudo é uma vergonha, mensalão, mensalinho, crise aérea, e Renan Calheiros. E a culpa é nossa. Nossa sim, eleitores, nós damos a eles o poder. Nós pagamos os salários deles contribuindo pelo ar que respiramos, pelas estradas que rodamos, pelos alimentos que comemos. É verdade que não é bem assim, mas eles passam a mão no nosso dinheiro mesmo, e ainda reclamam que aumentar o salário mínimo vai quebrar os cofres públicos. Queria os ver sobrevivendo com o mínimo que estipularam. Talvez a diferença seja que não podemos demiti-los, mas ao invés disso, podemos aprender a refletir e votar. Aliás, não podemos, como dizia Raul Seixas: estamos muito ocupados para pensar.

O que será que os pensamentos alheios irão resolver na quarta-feira? Veremos...diziam os cegos.