Coluna do Luan

domingo, 25 de maio de 2008

As estrelas

Tomando um leite quente à 1h e 40 min da manhã eu me decidi: vou ver as estrelas. Sim, as verei. Porque passamos mais da metade de nossa existência observando pessoas que talvez não nos dêem prazer. Por inúmeros fatores. O pior é conviver com elas e fingir que somos felizes, principalmente pela materialidade. Mas e quanto às estrelas? O que dizer delas? São astros... Nós aqui embaixo somos formigas para estes protagonistas. Porque a raça humana é assim: um formigueiro. Ora, eu sou uma formiga rebelde. Por que não posso sonhar com espaço? Ou tudo que condiz é o que podemos crer materialmente? Eu não posso tocar o céu, mas sei que ele existe. Não posso tocar o amor, mas sei que o sinto. Por fim: Não posso viver sem uma resposta, mas sei que respiro com dúvidas. Provavelmente morrerei com dúvidas. Então, quando eu ser enterrado, meus parentes e amigos chorarem, tudo terá acabado para mim? O amor que depositei a pessoas importantes terá se dissipado na terra como um grão enferrujado pelo tempo? A vida se resume no que?

Quando Marx veio com a teoria do trabalho e produtividade ele estava justificando sua existência? Meus amigos, procuro por filosofia.... Filosofaremos em frente à hipocrisia. Olharemos para o céu e nos perguntaremos: O que há depois dele? O que há? Se podemos crer em um Deus que não explica sua força (plausivelmente), logo, poderemos acreditar em nossos sonhos, não? Seria isso um poder mental? Gosto de sonhar, sonhar e sonhar... Talvez não realize tudo que penso, porque nem tudo que penso é realizável. Mas o fato de estar imaginando já me proporciona certo gozo. “Luan, então está me dizendo que somos todos auto-suficientes?”. Estou. E digo mais: Nós não precisamos ficar com alguém só porque nosso vizinho está com alguém, ou porque nosso amigo é gostoso e rico, e transa com dez mulheres por semana. Pense. E quanto às estrelas?

Nós precisamos encontrar o caminho da alma. Aí sim vale a pena ter uma pessoa; se esta, lhe proporciona um bem estar; se esta, lhe deixa o homem (a mulher) mais feliz da galáxia. Aí sim, meus caros, vale muito a pena... Agora, cair no modismo humano, fazer porque os outros fazem e não questionar esse comportamento é uma verdadeira regressão. Nossa mente é tão rica de poder intelectual, por que ainda somos tão ignorantes? Por que temos acesso às regras? Ou ainda: Para que elas servem? Eu respondo: Para uma disciplinaridade. Por conseguinte, a disciplina é uma regra social. Mas de onde surgiu a sociedade? Ora, de nós mesmos. Somos frutos e dejetos de nós mesmos. Está muito complexo para você? Simplificarei: Somos o nada. Ajudou? Claro que não. O que é o nada? Para os Persas o nada regia (e rege) o tempo. Deve ser por isso que existam calendários variados.

Você já parou para refletir no ano em que estamos? Por que 2008? O que vem a ser o Natal e a Páscoa para uma sociedade dita neoliberal? A todo o momento somos distraídos por nós mesmos. Somos nossa própria cobaia. Estamos enfrentando provas diárias ao sair para trabalhar e ver o que fazemos não sai do campo do que construímos. Volto a indagar: E quanto às estrelas?

Somos movidos a sentimentos, e o fato de sermos movidos a emoções, temperamentos e questionamentos, nos torna uma espécie e até mesmo um organismo magnífico. Pena que no fundo não sejamos fados, e sim mecanismos habitualmente falíveis. Necessito de mais leites quentes. Na verdade, aceito tomar café com um colibri, é quem pode me levar para mais perto das estrelas e de meus sonhos. Topas?