Coluna do Luan

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Falso Seqüestro


Na medida em que o tempo passa percebo o quão doente nós seres humanos somos. Vai dizer que não? Pra começar hoje ninguém está imune de ser roubado. Mas para isso não é preciso mais sair de casa, a internet prende as pessoas de tal modo na frente do computador que acaba tornando-se um vicio impugnante. Os crimes virtuais ficaram tão corriqueiros como trocar de camisa ou tomar banho. O famoso “CLIQUE AQUI!” é o principal artefato de avisos que os mal-feitores da rede utilizam.

Mas é claro que isso não é o suficiente. Nós, estudantes, trabalhadores, pagantes de impostos e/ou beneficiários do INSS, é quem sofremos com a decadência da situação social do país. Estou errado. Na verdade há poucos dias o ministro da fazendo Guido Mantega foi assaltado em quanto estava solertemente desfrutando suas férias em uma chácara na cidade de Ibiúna. Falei que não precisava sair de casa, se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. Isso torna visível que os criminosos estão sendo mais justos. Eles agora não estão poupando os parlamentares ou qualquer outra autoridade hierárquica da República.

A situação esta fora do controle. Tem ainda aqueles que ligam se passando por seqüestradores. Falam que estão com um membro da família e exigem uma quantia exorbitante para o resgate.

Leia essa história que me contaram:

Numa dessas ligações seu João Ribellino foi quem atendeu. Um morador da pacata cidade de Feliz que exerce a profissão de agricultor. Ele não possui grandes valores materiais, tem dois filhos adolescentes e sempre buscou dar o melhor para eles. Em uma madrugada de sexta-feira seu telefone toca; seu João fica em alerta, pois já tinha conhecimento desses casos de falso seqüestro noticiado pelos jornais. Seus dois filhos, porém, não estavam em casa. Ele decidiu ser cauteloso:

- Alô, quem é?

- Não desligue o telefone, estou com seu filho, isso é um seqüestro. Se chamar a polícia ou desligar o seu filho morre.

- Olhe, meu camarada, eu tenho problema de audição, será que o senhor poderia falar um pouco mais alto? Normalmente à noite meus tímpanos não funcionam ao todo.

- O quê? Você está brincando com fogo meu senhor! Quero o dinheiro para o resgate até de manhã ou seu filho vira pó.

- Heim? O que tem o fogo? Eu não tenho aspirador de pó!

- Eu não quero aspirador de pó seu velho surdo! Quero o dinheiro para o resgate ou seu filho morre!

- Olha meu senhor, são três e meia da manhã, não entendi o que tem a ver o fogo com aspirador de pó. Será que você poderia ser mais claro?

- Escute aqui seu velho babão, quero 10 mil reais até o amanhecer, ou....

- Me deixa adivinhar, ou meu filho morre? Essa parte eu entendi, mas o que ele fez? Ateou fogo em seu aspirador de pó? Fica calmo meu senhor eu pago um aspirador novo para você, sabe como são essas gurizadas de hoje em dia. Tudo pela adrenalina.

O falso seqüestrador se mostrava pasmado com a atitude de seu João e decidiu assustá-lo dando um tiro no chão. Seu João ouviu o barulho e disse:

- Saúde, meu senhor!

O bandido se mostrava extremamente apoquentado e fez seu último apelo.

- Chega de brincadeira, seu velho! Quero 10 mil reais até amanhã!

Seu João começou a rir insanamente e deixou o seqüestrador sem palavras. Mas eram gargalhadas altas e possantes, daquelas de ficar sem ar.

O seqüestrador toma a palavra e pergunta:

- Não estou entendendo. Acha que é brincadeira? Acha que não vou matá-lo agora?

- Só pode estar brincando! Um aspirador de pó que custa 10 mil reais?

Seu João voltou a cair nas gargalhadas acobardantes. De repente ele ouve seus filhos chegando em casa e decide pregar uma peça para o falso seqüestrador. Por meio do identificador de chamadas que ele ganhara de um dos seus filhos de Natal, seu João toma tal atitude:

- Desculpe, não estou mais ouvindo você, a ligação está péssima! Ligue-me ao amanhecer, meu senhor, tenha uma boa noite!

O bandido realmente não acreditara no que tinha ocorrido e não retornou a ligação. Ao contrário de seu João que esperou passar uma hora para ligar para o falso bandido. Com uma voz mais grossa para não ser reconhecido, ele espera o mal-feitor atender e diz:

- Não diga nada, isso é um seqüestro, se desligar o telefone ou chamar a polícia sua mãe morre!

Disseram-me que nunca nenhum falso seqüestrador voltou a ligar para a cidade de Feliz.

4 comentários:

Cláudia I, Vetter disse...

OPA!!!

"...Que país é esse?
(É a porra do Brasil)..." que fizemos!

Atitude começa no ato, e por medo de corrermos riscos, não nos levantamos; por não querermos o risco, já temos o perigo...
CHEGA DE COVARDIA!!

"...Se estamos ajoelhados, é diante de nós mesmos..."


Repugnante.





Cuide-se... t+.

Anônimo disse...

Blog novinho, mas cheio de textos. Fiquei tempão aqui até ler todos posts. Recebi sua visita no meu, muito obrigada.
E foi melhor ainda cair aqui no seu.
Abraço

Babi Souza disse...

É, não é fácil sobreviver em um mundo desses, mais difícil ainda é saber que o que podemos fazer é pouco diante da gravidade dos problemas do Brasil!
Mas como já disse aqui (eu acho!) essas são as crianças de dez anos atrás que imploram por meio de suas próprias condições de vida o mínimo de educação, entretanto, ninguém teve tempo tampouco iniciativa para reverter o caso, pois estavam planejando novas estruturas para nossos presídios!
Beijocas, Luanzitio!!!

Anônimo disse...

Oii!

Brigadinha pela visita no meu blog Luan ^^
Gostei muito do seu blog...realmente em q país nós vivemos??

Estamos muito cansados com tudo de ruim q acontece todos os dias =/
É o fim do mundo...ou o começo do fim, num sei!

Bjus e sempre q puder me visitar, e eu tb apareço por aki ;)
Bjus