Coluna do Luan

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Problemas que eu sinto

O mundo está com sérios problemas mentais. Problemas céticos. Problemas religiosos. Problemas que nunca serão resolvidos por serem criados a partir de um ponto sem origem. Um ponto sem origem nunca chega ao seu destino final. Até porque a palavra destino continua sendo manipulada por aqueles que acreditam no poder de suas hipocrisias. Não creio no destino senão nas minhas escolhas. Mas o mundo não compreende isso. Parece que justamente o mundo conspira contra ele mesmo. É fantasmagórico de como o ser humano pode ser tão forte e tão fraco em igual período. Como podemos perder um valor do dia para noite, e como podemos ser valorizados depois de muitos anos. E a justiça? Essa cumpre imagem de sua estátua: é cega.
E a política? Essa cumpre o dever partindo dos princípios contrários da grande maioria do povo: é corrupta. E a economia? Essa cumpre a sabedoria dos números enganados por uma fórmula mágica do crescimento: é aleivosa. E a educação? Não existe. Acredito que a educação é tão inventiva quanto à economia. A diferença é que na primeira, nós fingimos que estudamos e os professores fingem que ensinam. E na segunda, nós brincamos de faz-de-conta com a numerologia e percentagem.

Talvez o que eu sinta seja fortes dores de estômago provocados por uma impaciência alheia. Na verdade eu sinto muito mais do que isso. Creio que sinto um domínio soberano vindo de um país tropical sem olhos para a ética. E não me refiro apenas a ética política. O que de fato me importuna são as levezas maléficas de pobres seres que pensam ser ricos de espírito. Pensam que sabem pensar. Pensam que sabem decidir. Pensam que sabem o que é a vida. Ninguém sabe o que é a vida. Se soubessem, saberiam aprecia-la com mais cordialidade. Também sinto que estou em constante desespero. Porém, minha desesperança tem involuntárias facetas responsáveis pela contínua evolução da raça. É assim como levamos nosso cotidiano. Involuntariamente. Mentimos para nós mesmos quando dizemos que somos culpados pelos nossos atos. Ora, isso é bobagem. Ninguém sabe o que é culpabilidade assim como não sabem responder as questões que envolvem a vida. Basta perguntares quem tu és para entrar em transe. Às vezes eu queria ser livre da disciplina que tanto me atormenta pelos olhos parciais que pregam ser insuspeitos. Mais uma prova da dura realidade que tem como antônimo o realismo.

As divergências de meus ideais tornaram-se corriqueiros. Comum diante de uma sociedade imatura. Ai, minha cabeça dói. Dói bastante. Uma pedra de duas toneladas e meia neste exato momento tenta arrancar de mim o que eu tenho ou o que eu tinha de mais valioso: o amor e respeito a si próprio. Esta pedra é enorme porque representa dois terços da população mundial. Não sei se vou agüentar isso por muito tempo. Talvez eu deva me afogar na bebida alcoólica ou encher meus pulmões de fumaça nicotiniana como os humanos fazem. Talvez eu deva reproduzir e viver sem um propósito como os humanos. Talvez eu deva colaborar com a poluição como os humanos. Eles jogaram tudo no lixo no decorrer dos séculos. Guerrearam por causas bestiais, e sempre tentavam incessantemente competir nos poderes governamentais. São todos medíocres. Por momentos que desejei serem insólitos, senti-me redondamente envergonhado por compor essa mediocridade.

Mas não se pode criticar tudo. Admiro as pessoas que são capazes de crer no que não existe materialmente. Admiro as pessoas que são capazes de crer no que só existe materialmente. Admiro todos, apesar de odiar a forma errônea de como somos administrados. Como se fossemos bichos. Aliás, nem bichos merecem ser tratados como estão sendo. Nós somos tão inúteis que nem percebemos e nem tentamos buscar o motivo da nossa existência. Afinal isso daria muito trabalho: tem que pensar. Não nos aprofundamos em conhecimentos específicos, apenas no necessário imposto pela disciplinaridade. Claro, isso daria um tremendo trabalho: tem que pensar. Não nos damos conta que vivemos sob uma casca. Pois é isso que nosso corpo representa, uma mera casaca capaz de matar, comer e dormir. O que é para ser considerado importante torna-se invisível por ser abstrato. Deveríamos crer no nosso eu interior assim como cremos cegamente no amor. Se somos capazes de amar e odiar entre uma linha tênue, então temos capacidade ilimitada de nos compreender por um curto espaço de tempo. Jamais nos perderemos nas ilimitações das reflexões, uma vez que já estamos perdidos em nossos próprios corações.

Não há mais definições exatas das coisas. Tudo virou ambíguo. A diferenciação do certo do errado, com o tempo, será exterminada. Assim como o nosso planeta.

5 comentários:

Mila Cardozo disse...

Vc tem razão... o mundo anda muito complicado... muito estranho... muito bizarro... As vezes me sinto meio assim... sem ar diante destas coisas tb....
Beijos Mila

Lais Camargo disse...

é...
ainda estou em choque com a palhaçada da vez...
amanhã tem um manifesto aqui em CG, quer vir?
vai ser como atirar pedrinhas num prédio de 100 andares...mas se forem umas 1000 pedrinhas...quem sabe um vidro a gente num quebra neh?
sopros de luz!
=*

Anônimo disse...

No meu post atual eu falo um pouquinho de educação tb, realmente está o caos!!!

Até agora me sinto totalmente fora da realidade, como o Renan Calheiros foi absolvido, aliás como aqueles políticos deixaram passar em branco??? A única coisas q eles devem estar fazendo é rindo do brasileiros... Lamentável!

Anônimo disse...

"Não há mais definições exatas das coisas. Tudo virou ambíguo. A diferenciação do certo do errado, como o tempo, será exterminada. Assim como o nosso planeta."
Faço desse trecho o meu comentário. Beijo, Luan ;*

Marcos Seiter disse...

Irmão,

Tu escreveste(falaste)coisas que penso e que tanto me revolto.

O fim será a salvação para todos, creio eu.

Muito bom texto!

Marcos Ster