Coluna do Luan

terça-feira, 10 de julho de 2007

Perda de peso


Estava aqui pensando. Já vai fazer um ano que estou de regime. É, um ano. Já faz um ano que estou mentindo para mim mesmo dizendo que quero emagrecer. Um ano que levanto pela manhã pensando: “Hoje eu juro que não vou comer muito”. Nesse tempo todo, até dei umas corridas no calçadão, andei de bicicleta excessivamente, mas não conseguia enxergar resultados satisfatórios. Isto é, olhava para minha barriga e via aquela volúpia, de certo modo aquilo não me agradava. Tudo bem, eu nunca, de fato, fui gordo. O máximo que tive foi uns pneuzinhos bem de leve e nada significante. No entanto, esses meros pneuzinhos já me perturbavam. Era eu tirar a roupa na frente do espelho e pronto; eu já começava a fazer movimentos corcundas para enxergar algum defeito na região abdominal. Abdominal? Hum....

Pois é, passara alguns meses, e todo dia de manhã eu comecei a fazer cinco séries de 25. Pelas minhas contas, isso dava 125 abdominais por dia, mais 20 apoios. Credo, eu era um soldado em treinamento. Contudo, de nada adiantava. No café da manhã era cuca, mais torradas, uma fruta acompanhado de um copo de iogurte, dependendo do dia até suco de tangerina ou laranja. Um bom café da manhã, bem reforçado. Ao meio dia até que eu não comia tanto. Eu me excedia no intervalo do café para o almoço, sempre rolava um sanduíche. Depois do almoço, a tarde não conseguia me conter, comia uma fruta, e mais um copo de iogurte ou suco. E a noite eu não tinha muito apetite. O que explicaria a minha fome pela manhã.

Até eu perceber que tudo isso era bobagem. Quando saia às festas com meus amigos, nunca fui chamado de gordo, algumas garotas me achavam bonito e para mim isso era uma mentira deslavada. “Ela não enxerga minha gordura?” Como se gordo fosse sinônimo de feio. Eu realmente estava fixado no meu abdômen. Percebi que minha estética não se refletia de péssima aparência, portanto, eu não precisava ficar naquela loucura de emagrecer.

Não sei como fui me perder nesse pecado capital. Hoje eu sei que sou magro, posso até ter alguns pequenos pneuzinhos, mas nem reparo mais nisso. Aprendi a valorizar meu corpo de uma outra forma. E talvez eu saiba como deve ser gordo, apesar de nunca ter sido um, durante um ano inteiro eu me senti um verdadeiro obeso. Era tudo psicológico. E o segredo está na auto-estima. Nesse semestre, passado, tive um colega gordo, mas ele é boa pinta, tem uma aparência ótima, tem namorada e é feliz. E daí que ele é gordo? As pessoas se acham feias pelo que sentem ser. Isso é um erro. Nós até podemos emagrecer para satisfazer nossos objetivos, mas nunca devemos tornar isso uma obsessão.

Tenho um irmão que é gordo, tenho amigos, conhecidos, colegas gordos, e a grande maioria são felizes. Quiçá sabem que podem emagrecer, e até tornarem-se mais saudáveis, mas são felizes. Enquanto muitos magros e magras ficam achando defeitos onde não existe, fazendo plástica, lipoaspiração, que muitas vezes não dá resultados eficazes, pessoas com mais alguns quilinhos estão mandando ver na vida. E não se sabe se um dia eles ainda serão gordos, quem sabe essas pessoas emagreçam, enquanto outras se martirizam por ver gorduras onde nunca surgiram.

Hoje pela manhã quando perguntei para minha mãe o que teria de almoço, ela me respondeu da seguinte maneira:

- Lasanha, Luan. Mas quero que tu comas, tenho notado que tu não tem te alimentado direito no almoço, estás ficando magro.

Veja só, não é que o gordo emagreceu? São os extremos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu tbm tinha uma neura com engordar, mas nunca fui gorda, na verdade, sempre precissei engordar em vez de emagrecer, mas percebi q estou bem do jeito q estou. Adorei o blog. bjus!!!

Natália disse...

...Antes o que era um problema exclusivo das mulheres, hoje passa a ser universal.

Entre pneus e abdominais o que importa é ser feliz!!


Saudações.

Cláudia I, Vetter disse...

Hehehehe.....boa!

;D

Lais Camargo disse...

Realmente, hoje a estética é quase ética.
Pouco importa os sacrifícios que fizeste durante um ano, os resultados é que devem chocar a sociedade, se chegara até o ego ferido de uma mãe que faz boas lasanhas, já é o suficiente, sinta-se satisfeito.
Ótimo texto.
Também vivo em constante regime, atualmente o regime de idéias me tem sido mais produtivo, mas ainda me pouparei de uns chocolates fora de hora até que atinja o ego de algum espectador mais atento =)
sopros de luz!
=*

Simone Ormelezzi Chersone disse...

Nossa...Vim te visitar e amei o seu blog!!! não tinha como não reparar nessa postagem. Máximo! Sou Nutricionista...em casa de ferreiro eu sou o próprio espeto de pau hahaha. Sabes quê, as pessoas "magras" porém nem sempre saudáveis são um modelo que a gente vem comprando à anos e nem sempre nos damos conta a que custo????
Pois bem....
Se precisar de conselhos para melhorar a alimentação e qualidade de vida, estou à disposição. Agora chega dessa história de magreza...Bjs